Ivan Hunga Garcia (Abrantes, 2000) constrói uma prática multidisciplinar que opera entre a moda, o design especulativo e as biotecnologias, com foco em processos regenerativos e na sensorialidade da matéria. Aos quinze anos muda-se para Lisboa para estudar produção têxtil na Escola Artística António Arroio, concluindo mais tarde a licenciatura em Design de Moda na ESAD Matosinhos (2021). Paralelamente à formação académica, colaborou como modelo e realizou estágio com o mestre alfaiate Ayres (Ayres Bespoke Tailor), no Porto — cidade onde atualmente vive e trabalha.
A sua investigação artística teve visibilidade inicial no concurso Sangue Novo (2021/22), onde apresentou peças desenvolvidas a partir de SCOBY (Symbiotic Culture of Bacteria and Yeast), material vivo que reflete o interesse do autor pela noção de design inserido em ecossistemas . Desde então, participou em vários momentos da Lisboa Fashion Week, nomeadamente no Espaço Mitra (2022), Galeria Monumental (2023) e Pensão Amor (2024), onde o desfile ganha contornos performativos.
Em 2024 aprofunda o cruzamento entre moda e tecnologia através da formação em mecatrónica e estágio no CITEVE, no departamento de transição digital do setor têxtil, consolidando um percurso híbrido entre artesanato, inovação técnica e pensamento ecológico.
Entre as exposições e residências em que participou destacam-se: “Laboratórios de Design” na Bienal de Artes e Design do Funchal (2025), “Corporalidade (Matéria dos Sentidos)” no FACE, Museu Municipal de Espinho (2024), “Object Permanence” na Lab.yrinth (2023), “O Último Prefixo” em O Instituto (2022), “Next Generation” no WOW, Museu de Moda e Tecidos (2021), e “Emergências” na Contextile, Bienal de Arte Têxtil (2018). A sua primeira residência têxtil decorreu ainda em 2018 na Casa da Cerca (Almada), marcando o início de um percurso dedicado à experimentação como ferramenta crítica e sensorial.